terça-feira, 17 de julho de 2012

Resenha: A Lista Negra - Jennifer Brown


Em maio houve a Bienal do Livro de Minas Gerais, e eu, junto com a minha escola, tive a oportunidade de ir. Fiquei muito feliz e ao mesmo tempo tensa, por falta de dinheiro. Imagine, eu, com apenas R$ 70,00 e com aqueles milhares de livros prontinhos para me seduzir. Eu tinha em mente comprar O Filho de Netuno, mas ele estava muito caro, e eu com pouco dinheiro, tinha que economizar. Acabei por achar A Lista Negra, de Jennifer Brown, um livro que eu já tinha lido resenhas e sinopses e que tinha me agradado, com um preço melhor. O comprei e não me arrependo nem um pouco.


A Lista Negra, por Jennifer Brown
Editora Gutenberg
271 páginas
Minha nota: 5

Valerie Leftman era uma pessoa que sofria muito bullying e como forma de liberar a frustração ela criou a Lista Negra, um caderno onde ela punha tudo o que não gostava e quem fazia bullying nela. Ela compartilhou essa lista com seu namorado Nick Levil. Para Valerie aquela lista nunca foi séria, ela nunca desejaria a morte daquelas pessoas que estavam ali, era só uma maneira de extravasar a raiva, mas Nick não pensava dessa maneira. E foi assim que o massacre de 2 de maio aconteceu.
 Nick chegou na escola, Valerie estava com raiva de Christy Bruter por ter quebrado seu MP3 no ônibus e assim que viu ele, falou sobre isso com ele, que foi em direção a Christy. Valerie pensou que ia ele ia apenas brigar com ela, mas ele apontou uma arma e disse: “Você está na lista a tempo demais” e atirou. Depois disso foi uma confusão. Até que Valerie se mete entre Nick e Jessica Campbell, mais uma da lista, e leva um tiro ao invés dela. Nisso Nick se mata.
 Agora, o verão passou e Valerie terá que voltar a escola, a mesma escola que ela viu seu namorado atirar em varias pessoas, inclusive nela própria.

Esse livro foi muito bem estruturado, me deixou completamente vidrada nele do inicio ao fim. Adorei Valerie, conhecemos cada medo seu, cada opinião e vemos que ela é realmente mais uma vitima do bullying do que a inventora da lista. Ela realmente passou por maus bocados após o massacre, ficou duas semanas na ala psiquiátrica, foi atingida por uma bala, seu namorado se matou e ela ainda foi atormentada por um detetive que a deixou com os nervos em frangalhos. Além disso, seu pai a culpa, sua mãe tem medo dela e seu irmão a odeia. Ela foi uma personagem muito forte para conseguir passar por tudo isso.

Outro personagem de quem gostei muito foi Jessica, antes do massacre, Valerie se lembra dela como uma patricinha que era uma das que mais a atormentavam com o bullying, chamando-a de Irmã da Morte e outras coisas. Mas depois do massacre, ela mudou. Foi a primeira a aceitar e a ajudar Valerie, e percebemos logo que ela era uma ótima pessoa.

Também acho que Nick merece credito. Valerie o classifica como o Nick de antes e depois de Jeremy, um maconheiro com quem Nick começou a andar. O Nick de antes, o das memórias boas gostava de ler Shakespeare, a entendia com seus problemas com teus pais e a fazia feliz. O Nick de depois mal dava-lhe a atenção, matava aula para sair com Jeremy e fumar maconha, e talvez não a amasse do jeito de antes.

Como disse antes, esse livro foi ótimo. Não faltou nada! A escrita de Jennifer é impecável. Eu fiquei grudada nesse livro 24 horas por dia. A narrativa é em 1ª pessoa, mas no inicio dos capítulos tem ou recortes de jornais, ou flashbacks de Valerie, que nos ajuda a entender tudo o que ocorreu. Não tenho nada a reclamar, sou só elogios a esse livro.

O que eu mais gostei não foi uma parte, mas sim um personagem, Eva, uma mulher que Valerie encontra em seu ateliê de pintura e logo começa a fazer cursos com ela, todo sábado, e ela tem aquele jeito artista, com suas palavras que muitas vezes não parece normal, mas é encantadora.

A capa é uma coisa a parte, ela parece um papel amassado cheio de desenhos de caneta, e na lombada é vermelha com rabiscos de caneta, o que nos faz lembrar que segundo a descrição do livro, o caderno da Lista Negra era de capa vermelha. Muito perfeito e com os detalhes muito bem feito, a Gutenberg está de parabéns quanto a isso. Apenas encontrei alguns erros de digitação como palavras faltando letras e coisas que sempre acontece no computador e que as vezes passam na revisão.

Então, se você está querendo um livro bom para ler, um que não seja daqueles clichês românticos, A Lista Negra é uma boa pedida.

"Vamos mostrar ao mundo que eles estavam errados
E ensiná-los a obedecer o que tivermos falado"
Nickelback

Capas Americanas


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