sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Homenagem do dia das crianças


Quando eu tinha 7 anos eu ingressei na 1ª serie, atual 2º ano, já sabia ler e escrever, bom o suficiente para uma criança daquela idade. Lembro que minha mãe me levou para a biblioteca municipal, que funcionava em frente a minha escola e fez uma ficha em meu nome. Não irei dizer que abracei os livros na mesma hora e que logo naquela tenra idade virei uma bookaholic. Na verdade, foi ao contrario.

Eu tomei foi é raiva. Minha mãe havia me obrigado a criar a ficha e toda semana ia lá comigo para trocar livros. Só que eu não queria, eu não gostava muito de ler. Que criança de 7 anos gosta de ficar com a cara nos livros? São pouquíssimas e eu não era exceção. Por pura raiva, eu até ia lá na biblioteca, mas pegava só gibis da Turma da Monica. Minha mãe ficava com raiva – claro, ela queria que eu levasse livros não quadrinhos – mas não tinha como me impedir.

E foi assim por um tempo, até que eu tinha lido todos os gibis da biblioteca. Então eu não tive outra escolha senão levar livros. Tentei ler Monteiro Lobato milhares de vezes, mas era um livro grande demais para mim na época, e os abandonei muitas vezes (ainda não os peguei novamente para ler, mas quem sabe agora que eu cresci eu leia?). Eu não era uma leitora freqüente, mas pelo menos minha mãe tentava me fazer gostar de ler.

Também tive uma época, anos mais tarde, em que eu me viciei em Pedro Bandeira. Eu amo ele até hoje, mas naquela época eu ia na prateleira em que tinha as obras dele e só escolhia livros dele. Li A Droga da Obediência e A Droga do Amor – que na época eu não sabia que fazia parte da serie Os Karas, qual que eu completei muitos anos depois. Um dos livros que mais marcaram a minha infância foi desse autor, O Primeiro Amor de Laurinha e O Mistério da Fabrica de Livros.

Se tem uma coisa que eu sempre vou me lembrar da minha infância, foi quando eu estava na escolinha. Todos nós não sabíamos ler ainda, mas queríamos saber. E quando um de nossos coleguinhas aprendeu a ler antes de todo mundo, eu senti tanto ciúmes. Eu queria aprender a ler, queria ler os meus livros por mim própria. Não fui a segunda nem a terceira a aprender a ler naquela turma, mas quando aprendi a ler foi uma das maiores felicidades da minha vida.

Escrevendo esse texto me veio varias lembranças da minha infância. Me lembro também de que aos 6 anos, a escolinha nos levou para a biblioteca – a mesma que um ano depois minha mãe me fez criar uma ficha – e chegando lá eu só li, li tantos livros possíveis, enquanto os outros coleguinhas conversavam e brincavam e poucos liam. Ao voltarmos para a escola, o próprio pessoal da biblioteca ligou para escolinha elogiar a menininha de trancinha, que era eu, afinal, ela foi lá para a biblioteca para fazer o que uma biblioteca é reservada para, para ler.

Talvez não seja fácil fazer uma criança gostar de ler, mas não desista. Apresente a elas historias, leia para elas enquanto não sabem ler, leia conto de fadas, historias diferentes, historias mais fantásticas, compre livros para elas, isso é um bom começo. O mundo precisa de mais leitores antes de qualquer coisa.

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